Não precisava de o escrever depois de ler um texto bem trabalhado ou ouvir uma música que nos faz pensar, nem tão pouco logo a seguir a ver um filme com uma história demasiado bonita para ser possível não querer acreditar que pode ser real. Contudo, é, sem dúvida, mais fácil.
Ano após ano vou reformulando a minha definição de Plano Pessoal de Vida. Será o acto de definir projectos de vida?.. de materializar os sonhos?.. será simplesmente tentar tornar mais reais as promessas que diariamente fazemos a nós mesmos e aos que nos são mais queridos? Sinceramente não sei ainda, mas gosto do simples facto de me sentir mais segura das minhas convicções a cada nova folha que escrevo.
Começo também a ter mais noção das minhas prioridades, e isso às vezes assusta-me. Um dia quero ter coragem para fazer uma viagem destas; se eu um dia não te pedir para ficar, fica na mesma; eu deixo-te seguir no banco de trás da minha bicicleta; eu também quero que fiques aqui para sempre;... E se eu não tiver coragem para isto tudo? E se para isso eu tiver de riscar outros sonhos e projectos e quebrar outras promessas? Coisas que tinha escrito com uma tinta diferente, mas com esta mesma caligrafia e um sorriso parecido nos lábios.
E o casamento contigo? E a viagem à volta do mundo convosco? E a mochila às costas com o pão e a palavra com outros tantos? E os netos que eu te prometi deixar cuidar?
E com a facilidade de um beijo que deixa de estar por perto, estas promessas sucedem-se com a mesma verdade com que se atropelam. E eu, de facto, nunca lidei bem com decisões.
Dizias tu no outro dia,
Crescer custa, custa mesmo muito.
Crescer custa, custa mesmo muito.
(pois custa mamã, pois custa.)
Sem comentários:
Enviar um comentário